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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O grande porcalhão


Eu sempre fui um porcalhão nato
Eu gostava de deitar na cama
de camiseta
(manchada de vinho)
(e com buracos de cigarro)
sem sapatos
garrafa de cerveja à mão
tentando espantar uma noite difícil,
digamos que com uma mulher ainda por ali
andando pelo quarto
reclamando disto e daquilo,
e eu ensaiando um arroto e dizendo:
“HEY, NÃO ESTÁ GOSTANDO? ENTÃO CAIA FORA DAQUI!”
Eu realmente me amo, eu
realmente amo a minha porquice,
e elas também parecem amar:
sempre indo embora
mas quase sempre
voltando.


Charles Bukowski

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